quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Maratona de Foz

Cumprindo mais uma etapa estamos nos preparando para enfrentar a Maratona de Foz do Iguaçu. É uma prova bem difícil, com uma altimetria bem variada e que termina com quase 21 Km de subida.
Nesta semana fiz uma prova de 10 Km e na segunda fui homenagiar meu amigo ultra "Luis Maratonista" que completava 500 provas oficiais.
A prova foi no Parque Barigui, na distância de apenas 6.600 m. Mal iniciei e senti um estiramento na perna direita e achei melhor caminhar até o fim. Como consequência estou sem treinar desde 2ª e a perna ainda doi.
Vamos ter que sair bem manso para tentar fazer a prova sem muita dor no início.
Na volta digo se consegui.
Agora vou mudar a foto do Blog para ver se consigo variar.
Um ultrabraço.
Seabra.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Fase de testes


Ainda em fase de testes, nosso Blog já está bombando.

Já temos uma seguidora, minha filha, que emitiu comentário favorável ao Blog. É um assombro como estamos adquirindo esta enorme penetração em tão pouco tempo.

Mas, deixando a galhofa de lado, só havia avisado para ela, mas era para manter sigilo.....

Ontem consegui, pelas mãos da Bárbara, fazer diversas modificações e hoje consegui mudar a cor do título.

Experiência é para isto mesmo.

Já sei que posso ir alterando a foto do cabeçalho, o que torna o Blog mais interessante.

Nesta primeira é uma homenagem ao meu filho Bruno, que foi fundamental na conquista que descrevi ontem.


Hoje vou contar o que é o nosso desafio dos 1.000 e dos 500 Km em provas oficiais.

No ano passado, um amigão ultramaratonista ao me encontrar na Maratona de Curitiba me disse que estava completando 1.000 Km no meio daquela prova naquele ano.

Fiquei impressionado. Pouco depois soube que a marca contabilizava uma peregrinação de mais de 400 Km. De qualquer forma um feito notável, mas eu queria fazer tudo em corridas.

O primeiro passo teria que ser completar os 217 Km da BR 135.

Com esta quilometragem no cofrinho parti para a realização de todas as maratonas e ultras de 24 horas, mais algumas meia maratonas e provas menores.

Gente, 1.000 Km é o equivalente a fazer 24 maratonas em um ano, ou seja, uma a cada 15 dias.

Ainda no embalo da BR saí correndo de tudo, mas o corpo começou a sentir demais. Dores por todo lado, mas que eram superadas com algum esforço, mas superadas.

O primeiro sinal de estafa surgiu já na Maratona de Porto Alegre, onde tive que caminhar na parte final, apesar do percurso ser excelente.

Dali vieram os dois avisos.

Maratona de São Paulo com vômitos e caimbras como nunca havia sentido. Achei que teria que ir para um hospital. Só melhorei lá pela 21 hs, quando voltei a rir das palhaçadas do meu amigo e parceiro de corridas Raul.

Ocorre que, no fim de semana seguinte tive que correr a Maratona do Rio. Não treinei mais e fiz a prova só na cabeça. Cheguei relativamente bem, mas, após cruzar a chegada, não conseguia ficar de pé sem tonturas. Depois de algumas tentativas tive que ser levado ao pronto-socoro da prova e ficar em observação.

Após estes avisos do corpo, resolvi apenas correr as provas em que já estava inscrito, sem treinar. Para quem entende desta coisa, sabe que treinar é que é o barato e as provas são encontros com amigos e avaliação pessoal do seu treino.

Vencidas as provas em que já me inscrevera dei um tempo total. Nem treino, nem musculação, nadinha.

Foi um período horrível, mas hoje sei que necessário.

Tomei muito Voltaren 75 e, quando muito, fazia tudo o que precisava sem carro, caminhando.

As dores sumiram e voltei a treinar com calma e sem preocupação com tempo.

Minha meta eram os 1.000 Km, dentro do tempo de cada prova, o que cumpro com facilidade.

A minha melhora foi tão grande que, neste fim de semana, fiz uma maratona toda nas areias de Bertioga, voltei revesando com o Raul na direção e, no dia seguinte, caminhava como se nada tivesse corrido.

Agora voltei a treinar como antes, mas consciente de que, como todos, tenho limites que independem de garra, vontade ou superação. O corpo se protege impedindo que o atleta continue.

Para cumprir minha meta estou com todos os fins de semana com provas até o fim de novembro, quando pretendo fechar os 1.000 Km nos 63 Km de lá.

Neste meio ainda temos duas maratonas de Foz e Curitiba e uma tal de Praias e Trilhas, que está me deixando sem dormir quase como a BR.

Trata-se de uma prova em que corremos duas maratonas em dias seguidos, na areia fofa e nas trilhas e costões das montanhas. Nesta prova quem faz uma maratona em 3 horas completa a primeira em quase 5 e a segunda em cerca de seis. O tempo máximo para cada uma é de 10hs e 30'. Acho que consigo, mas não posso me machucar, pois aí estraga tudo o que ainda tenho pela frente. Já estou com 678 Km e ainda falta muito chão...

O Raul, mais maluco que eu, resolveu encarar 500 Km sem ter feito (oficialmente, já que foi meu pacer) a BR. Digo que seu esforço é maior, pois não tem o tempo que eu tenho para treinar. E é um pouquinho preguiçoso, mas promete que para a BR vai se dedicar de corpo e alma. Corpo tem bastante, mas a alma é bem pequenina.....

Por hoje é só.

O teste do Blog continua, agradecendo as inúmeras participações da minha filha, o que prova que este bagulho é o mais lido dos últimos séculos.

Um ultrabraço para os Manés e um ultrabeijo para minhas princesas.

Seabra.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Estamos nesta página.

A equipe "Bora Corrê" estreia hoje seu Blog. Obrigado por sua visita
Nosso objetivo é reunir pessoas que tenham sentido a necessidade do exercício e do esporte como algo indispensável a uma vida saudável e feliz.
Para o início do ano de 2010 pretendemos emprestar nossa vivência em corridas de longa distância para nossos amigos caminhantes, iniciantes e fundistas.
Neste ano vamos continuar nossa luta para concluirmos nossas metas: Seabra 1.000 Km e Raul 500 Km em provas oficiais.
Como tudo começou com nossa participação na Ultramaratona Extrema BR 135, vamos voltar no tempo e recordar o que escrevi inicialmente sobre aquela conquista.
Um ultrabraço.
Seabra.





Prezados amigos.
Só hoje (5 dias após) tenho condições emocionais para relatar sumariamente a conquista da minha equipe na BR 135.
Terminamos a prova dentro do tempo (60 h) em 56 horas e 50 minutos, sendo o número 34 na linha de chegada.
A corrida começou há cerca de dois anos, quando resolvi participar das primeiras ultramaratonas de 24 horas. Foram treinos constantes e bastantes intensos, culminando com uma média de 200 km por semana.
Além disto fizemos um reconhecimento no local de grande valia, onde pude contar com o apoio de meu filho Bruno.
Posteriormente, partimos para o planejamento da prova e sua logística.
A Rosi, minha mulher (sem sorte), se incorporou ao projeto e tivemos a felicidade de contar com a concordância dos amigos Patrícia e Raul para se fazerem presentes como “pacers” nesta jornada vitoriosa. Este casal é da minha família, apesar de não estarem no rol de herdeiros da minha "fortuna" material.
Há cerca de um mês do evento monstruoso me aparece um esporão logo após as 24 horas do Rio de Janeiro. Fizemos de tudo, mas a solução teve que ser radical: uma infiltração de corticóide na sola do pé.
Parecia que já poderia apurar os treinos, quando, faltando apenas 13 dias para o início da corrida, uma de minhas éguas, que de tão mansa tem o nome de Maria Mole, acerta um coice na minha coxa direita.
Passado o desespero de achar que não poderia competir, volto aos treinos apenas nos últimos seis dias.
Estávamos prontos. Tensos, com alguns receios, mas certos de que nada nos faria parar pelo caminho e que a velocidade prevista para cada trecho poderia ser cumprida.
Na hora da largada, ao início do Hino Nacional, me vejo cercado por vários atletas-heróis e por minha família. Meus filhos Bruno, Kátia (vinda de Natal) e Bárbara, meu neto Marcelinho, minha dedicada esposa e os incansáveis amigos/irmãos Raul e Patrícia. Descambei a chorar que pensei que ia desmaiar sem fazer um só metro de prova.
Finalmente o momento da largada. Foram 217 km de subidas e descidas gigantescas, picos com vistas lindíssimas, rios, pedras rolando perigosamente abaixo de nossos pés, mato, deliciosos cheiros de mato e de bosta fresca. Calor, vento, frio, chuva, gritos de alegria, gemidos de dor, muito macarrão de todos os molhos, águas, suplementos até não mais aguentar, noites de lua nova, sem um raio a nos ajudar a enfrentar as trevas, o barulho ensurdecedor do silêncio, a alegria de encontrar um parceiro, os gritos de incentivo das outras equipes, a constante solidariedade.
Uma massagem aqui, um alongamento ali, mais uma subida dos infernos, um mineirinho a dizer que a chegada está uns três quilômetros à frente, o seguinte já aumenta para sete e, horas depois, um outro confirma os sete anteriores. Não vamos chegar nunca. Mais uma subida e nada de ver a cidade. Roubaram a cidade, não pode ser tão longe.... De repente, quando todas as nossas forças já se esvaíram, no alto da quadragésima última montanha, surge algo que parece o Paraíso. É Paraisópolis, a agradável cidade que nos acolhe com seu cheiro de pão de queijo e de broa de milho.
Cruzamos a linha de chegada e o chão sai de nossos pés. Flutuamos a procurar nossos amigos, filhos, a mulher franzina que nos arrastara até ali, nossos adversários (?????), não!!!, nunca!!!!, nossos irmãos de glória.
Vemos os incansáveis voluntários e finalmente o casal que nos proporcionara esta ventura, os simpaticíssimos Mário Lacerda e sua Eliane. Estes, meus amigos, são os verdadeiros heróis. Incansáveis, competentes, incansáveis e competentes, incansáveis e várias vezes competentes.
Dor? Nenhuma. Sentimento apenas de gratidão a tudo e a todos que, numa conjugação de fatores, que nunca mais irão se repetir, fizeram com que esta equipe também merecesse a honra de levar para a pequena Quatro Barras a medalha de Prata da prova mais difícil do mundo; a camisa de "Finisher" que irá para uma moldura sem jamais ser usada e um diploma que espero manter em meu escritório, encabeçando meu troféus de hipismo e automobilismo, esportes que pratiquei antes de ficar velho.
Assim, amigos, relato, sumarissimamente, o que foram estes dias maravilhosos.
As fotos que estou editando irão lhes dar uma visão de um atleta nas primeiras 48 horas e de um molambo determinado a cruzar a chegada, nas 12 últimas. Sofremos bastante, mas fiz questão de reunir filhos e netos, em meus 60 anos para lhes dizer, correndo pelas montanhas, que só tem valor o que se conquista com sangue, suor e lágrimas (os dois derradeiros derramados em profusão no Caminho da Fé) e que nós somos aquilo que queremos ser.
Lamento a ausência de meu filho Marcelão e da minha linda e meiga neta Mariana, que não puderam vir, mas já combinamos que na minha comemoração dos 120 anos, nas montanhas da Mantiqueira, eles não faltarão.
Não posso deixar de me referir a algumas pessoas em especial e vou chamá-los apenas amigos: Fernando da Naffar - um gentleman, Mônica Otero - a musa da BR 135, Lacerda - o incansável fisioterapeuta e guru da minha idolatrada Jaqueline Terto e um menina fisioterapeuta que acompanhava o grande atleta Gentil e que me fez chegar correndo em Paraisópolis. Esta pessoa iluminada me ajudou tanto e de forma tão espontânea, que sequer nos deu tempo de saber seu nome (sem dúvida saberei e lhe renderei muitas homenagens).
Por enquanto é só.
Agradeço a todos pela corrente positiva e volto a afirmar que todo o mérito desta conquista se deve unicamente à minha equipe: Bruno, Raul, Rosi e Patrícia e ao “doping” de saber que iria encontrar minhas filhas e meu neto nos últimos quilômetros da estafante jornada.
Um ultrabraço a todos.
Seabra.